Infecções após procedimentos estéticos: tudo que você precisa saber

Nos últimos anos, procedimentos estéticos como mesoterapia, preenchimentos faciais e lipoaspiração se tornaram cada vez mais acessíveis e populares. 

No entanto, junto com o crescimento da demanda, também aumentaram os alertas para um problema muitas vezes ignorado: as infecções.

Quando o risco vai além da estética

Segundo a Anvisa, ao menos 40 casos de infecção por micobactéria foram registrados no Brasil após procedimentos estéticos minimamente invasivos. 

A bactéria pode provocar lesões graves, com formação de nódulos, feridas que não cicatrizam, dor, mau cheiro e, em alguns casos, perda de tecido. 

Embora pareça um número pequeno, esses casos representam uma grave ameaça à saúde pública e à segurança dos pacientes.

A situação foi classificada pela Anvisa como uma “emergência epidemiológica”  algo sem precedentes no Brasil ou no exterior. 

A infecção por micobactéria é resistente aos métodos convencionais de esterilização e tem alta capacidade de se alojar em instrumentos cirúrgicos desgastados, como cânulas antigas utilizadas em lipoaspirações.

Quais os procedimentos mais associados a infecções?

Apesar de qualquer procedimento ter risco de infecção se não for realizado em condições adequadas, alguns procedimentos se destacam entre os registros recentes:

  • Mesoterapia e intradermoterapia
  • Preenchimentos faciais
  • Lipoaspiração
  • Cirurgias plásticas eletivas em geral

Esses procedimentos, quando realizados fora de ambientes hospitalares ou com materiais mal esterilizados, apresentam maior risco. 

A umidade e o calor facilitam a proliferação de microrganismos, especialmente quando há descolamento da pele, como nos preenchimentos.

Como se prevenir?

A boa notícia é que a maioria das infecções pode ser evitada com medidas simples, mas essenciais:

  1. Escolha profissionais habilitados: Certifique-se de que o procedimento será realizado por um médico, preferencialmente com título de especialista.
  2. Verifique o local: A clínica deve seguir protocolos rígidos de limpeza, desinfecção e controle de qualidade.
  3. Não negligencie sintomas: Vermelhidão intensa, dor prolongada, secreção ou feridas que não cicatrizam devem ser avaliadas imediatamente.
  4. Evite reaplicações em locais comprometidos: Jamais insista em reaplicar produtos em áreas que apresentam sinais de infecção, inchaço ou lesões abertas.
  5. Consulte um infectologista: Em caso de suspeita de infecção, procure um especialista o quanto antes para diagnóstico e tratamento corretos.

A responsabilidade vai além do consultório

A maior parte dos hospitais e clínicas de boa reputação seguem protocolos rigorosos de esterilização. Porém, a responsabilidade pela segurança também é do paciente, ao buscar informações, fazer escolhas conscientes e ficar atento aos sinais do próprio corpo.

Nem sempre o problema está visível à primeira vista. Por isso, a vigilância, o autocuidado e a confiança em profissionais sérios são indispensáveis. 

Afinal, cuidar da aparência deve ser também um ato de cuidado com a saúde.